Andarilhos virtuais...

31 de dezembro de 2007

Pigmalião e Galatéia

Pigmalião via muitos defeitos nas mulheres, por isso resolveu abandoná-las e preferiu viver solteiro. Era escultor e criou uma estátua de marfim tão linda que nenhuma mulher de verdade poderia comparar-se com ela. Pigmalião apaixonou-se pela criação artificial. Muitas vezes ele a acariciava e dava presentes que as jovens gostavam: conchas brilhantes, pedras polidas, flores, pássaros e roupas.
A celebração do festival de Vênus (Afrodite, deusa do amor) estava próxima. Eram oferecidas vítimas aos altares que fumegavam. No envento, espalhavam pelo ar um cheiro de incenso. Pigmalião pediu, timidamente, para a deusa que desse vida a sua estátua de marfim.
O pedido foi aceito. Ao voltar para casa, Pigmalião foi ver a estátua e beijou-a na boca. Ele sentiu seus lábios quentes. Galatéia - sua estátua de marfim - estava viva.
Vênus abençoou as núpcias que provocou e dessa união nasceu Pafos, cuja a cidade, consagrada a Vênus, recebeu esse nome.


14 de dezembro de 2007

Beowulf

Alguns momentos da produção cinematográfica sofreram modificações em relação à história original do poema. Isso pode ser observado, por exemplo, nos diálogos e na arrogância enfatizada de Beowulf contra Hrothgar, antes de Beowulf lutar com o dragão, a relação entre a mãe de Grendel e Beowulf (na história original, a mãe de Grendel se vinga do ferimento fatal sofrido por seu filho e leva consigo um nobre dinamarquês, além da pata do monstro que ficara no palácio).
Seguindo o rastro sangrento, Beowulf parte para liquidar a mãe do monstro e, armado com sua espada Hrunting, chega à beira d´água, mergulha e nada até um aposento no fundo do mar. Ali enfrenta a mãe de Grendel, matando-a com uma velha espada que encontrou na caverna marítima. Encontra, então, a cabeça de Grendel e a leva como troféu ao rei Hrothgar. O regozijo no palácio era grande e maior se revela a acolhida a Beowulf quando ele, enfim, regressa à sua terra - onde lhe foram concedidos muitos bens e altas honrarias.
Beowulf, já idoso e monarca, tenta lutar sozinho com o furioso dragão, mas acaba morto. Antes de morrer, o herói nomeia Wiglaf seu sucessor no trono e ordena que suas cinzas sejam colocadas num santuário no alto do rochedo e junto ao mar. O corpo de Beowulf foi queimado numa grande pira funerária.


8 de dezembro de 2007

A estrutura do universo aceita pelos gregos

O autor do O Livro de Ouro da Mitologia, Thomas Bulfinch, nos remete uma importante reflexão sobre as idéias que os gregos tinham a respeito do universo. Segundo Thomas, "os gregos acreditavam que a Terra fosse chata e redonda, e que seu país ocupava o centro da Terra, sendo seu ponto central, por sua vez, o Monte Olimpo, residência do deuses, ou Delfos, tão famoso por seu oráculo.
O disco circular terrestre era atravessado de leste a oeste e dividido em duas partes iguais pelo Mar, como os gregos chamavam o Mediterrâneo e sua continuação, o Ponto Euxino, os únicos mares que conheciam.
Em torno da Terra corria o rio Oceano, cujo o curso era do sul para o norte na parte ocindental da Terra e em direção contrária do lado oriental. Seu curso firme e constante não era pertubado pelas mais violentas tempestades. Era dele o mar e todos os rios da Terra recebiam suas águas".
Os habitantentes da região Norte daquele país era de uma raça feliz, chamada hiperbóreos, que desfrutavam da primavera eterna e uma felicidade que não se acabava, por trás das gigantescas montanhas, cujas cavernas lançavam ventos muito fortes para o norte, que faziam tremer os habitantes da Hélade (Grécia). Aquele país era inacessível por terra ou por mar. Sua gente vivia livre da velhice, do trabalho e da guerra.
Existiam outros povos parecidos com os hiperbóreos que moravam na parte meridional da Terra, ele eram chamados de etíope. "Os deuses o favoreciam a tal ponto, que se dispunham, às vezes, a deixar os cimos do Olimpo, para compartilhar de seus sacrifícios e banquetes", diz o autor.
Já os habitantes da parte ocidental da Terra, banhada também pelo o Oceano, tinha um lugar abençoado, era os Campos Elídeos, onde os deuses levavam os mortais, sem provar a morte, a fim de gozar a imortalidade e da bem-aventurança. Essa região era também conhecida como os Campos Afortunados ou Ilha dos Abençoados.
"Como se vê, os gregos dos tempos primitivos pouca coisa sabiam a respeito dos outros povos, a não ser os que habitavam as regiões situadas a leste e ao sul de seu próprio país, ou perto do litoral do Mediterrâneo. Sua imaginação, enquanto isto, povoava a parte ocidental daquele mar de gigantes, monstros e feiticeiras, ao mesmo tempo em que colocava em torno do disco da Terra, que provavelmente consideravam como de extensão reduzida, nações que gozavam favores especiais dos deuses, que as beneficiavam com a aventura e a longevidade", esclarece o autor.
Os gregos acreditavam também que a Aurora, o Sol, a Lua e algumas estrelas, com exceção das que formavam as constelações das Ursas, levantavam-se no Oceano, em sua parte oriental, atravessavam o ar, dispondo de luz aos homens e aos deuses. O deus-sol ia abordo de uma num barco com asas, que o levava em torno da parte setentrional da Terra, até o lugar onde se levantava a nascente. Milton faz uma referência a esse fato em seu "Cosmus":

Eis que do dia o carro refulgente,
Com seu eixo de ouro, docemente,
Sulca as águas do oceano, sem desmaio,
Enquanto do inclinado sol o raio
Para o alto se volta, como seta
Visando, com firmeza, a outra meta
De sua moradia no nascente.


7 de dezembro de 2007

Céfalo e Prócris

Céfalo era um belo jovem, que acordava todos os dias bem cedo para fazer suas caminhadas. Ele era casado com Prócris e a amava muito. Só que Aurora apaixonou-se e resolveu raptá-lo, mas ele resistiu as propostas de Aurora. Então, ela devolvê-lo, dizendo:
- Vai, ingrato mortal, fica com tua esposa, a qual, se não me engano hás de lamentar ter conhecido.
Céfalo regressou feliz. Só que uma divindade irritara e mandara uma voraz raposa devastar a região. Nenhum caçador conseguia pegar a raposa. Finalmente procuraram Céfalo, que emprestou seu famoso cão, cujo o nome era Lelaps. Ambos eram velozes, o cão e a raposa pararam instantaneamente. Os deuses celestes, não queriam que nenhum saisse vitorioso.
Embora Céfalo ter perdido o cão continuou a deleitar-se com a caça. Continuou a sair pela madrugada e costumava a dizer em voz alta:
- Vem, brisa suave, vem afagar-me e leva o calor que me abrasa.
Então, alguém que estava passando ouviu ele dizer aquilo, por tolice, que ele estivesse falando com alguma mulher, foi correndo contar para Prócris. Ela desmaiou. Na madrugada seguinte, Prócris, foi conferir se aquilo era verdade. Ela escondeu onde a informante falara e ouviu Céfalo exclamando:
- Vem, brisa suave, vem afagar-me......
Céfalo continuava suas exclamações. Procris começou a chorar e a fazer ruídos. Supondo ser um animal selvagem, Céfalo, acertou o alvo com precisão. Correu pra o lugar e encontrou sua esposa ensanguentada. Ela entreabriu os olhos e conseguiu murmurar apenas essas palavras:
- Imploro-te, se algum dia me amaste, se algum dia mereci de ti benevolência, meu marido, que satisfaça minha última vontade: não te cases com essa odiosa Brisa!
Isto revelou todo mistério. Mas o que adiantaria....

Moore, entre suas "Baladas Legendárias", tem uma sobre Céfalo e Prócris, que assim começa:

Num campo, um caçador repousou, certo dia,
Para do sol se abrigar
E, deitado, implorava à brisa que fugia
O rosto lhe beijar.
E, enquanto assim pedia, a brisa descuidada
Fugia para além.
Chamava o caçador:"Ó brisa adorada!"
E Eco repetia:"Ó brisa adorada!"
"Brisa adorada, vem!"

Então, através dessa história, mergulhamos numa reflexão, ou seja, matar outras pessoas sem querer é um crime chamado "ERRO DE PESSOA".
Em uma pesquisa feita no site da central júridica, encontrei a seguinte explicação: "Erro acidental é o que não versa sobre os elementos ou circunstâncias do crime, incidindo sobre dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução; não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu comportamento; o erro acidental não exclui o dolo; são casos de erro acidental: o erro sobre o objeto; sobre pessoa; na execução; resultado diverso do pretendido (aberratio criminis)."
Isto é, o erro de pessoa, garante uma diminuição significativa da pena e desfaz a característica do dolo (a intenção de matar).



29 de novembro de 2007

Poetas da Mitologia




Homero

Segundo o autor do O Livro de Ouro da Mitologia, Thomas Bulfinch, o personagem Homero é quase tão mítico quanto os heróis que celebra. A versão que a maioria das pessoas tem é que ele era um poeta medieval vagabundo, cego e velho, que na maior parte do tempo viajava, cantava seus versos ao som de uma harpa, nas cortes dos príncipes ou nas cabanas dos camponeses, e vivia do que os ouvintes lhe ofertava. Byron o chamava de "o velho cego rochosa ilha de Sio" nesse epigrama mostra a incerteza da sua terra natal:

De ser berço de Homero a glória rara
Sete cidades disputam em vão.
Cidades onde Homero mendigara
Um pedaço de pão.


As cidades eram: Esmirna, Sio, Rodes, Colofon, Salamina, Argos e Atena. Eruditos acreditam que os poemas de Homero seria obras da mesma pessoa. "Em vista da dificuldade de se acreditar que poemas tão grandes pudessem ser da época em que se supõe terem sido escritos, época essa anterior às mais antigas inscrições ou moedas existentes e guando o materiais capazes de conter tão longas produções ainda não existia", afirma Thomas Bulfinch. As pessoas acreditam também que esses poemas tão longos poderiam ter chegado até nós, vindo de uma época em que só poderia ter sido conservado pela memória."Esta última dúvida é explicada pelo fato de que havia, então, um corpo de profissionais, chamados rapsodos, que recitavam os poemas de outros e tinham por encargo decorar e declamar, a troco de pagamento, as lendas nacionais e patrióticas", diz Thomas Bulfinch. Segundo Hérodoto, Homero viveu cerca de oito séculos e meio antes de Cristo.

Virgílio

Era também chamado de Marão. Ele nasceu em Mântua, no ano de 70 a.C. Ele foi um dos grandes poetas que consegui tornar o reinado do imperador Augusto tão célebre."Seu grande poema é considerado inferior apenas aos de Homero, no mais elevado gênero de composição poética, o épico", afirma o autor Thomas. Os poemas de Vírgilio era muito inferior aos de Homero em originalidade e invenção, mas era superior em correção e elegância.

Ovídio

Ele também era chamado por outro nome Nasão. Nasceu em 43 a.C. A sua educação era para vida pública, mas o que ele gostava mesmo era de poesia e então resolveu a ela dedicar-se. Foi à procura dos poetas contemporâneos, encontrou algum conhecimento com Horácio e até com Vírgilo, embora esse último tivesse morrido quando Ovídio ainda era jovem. Desfrutava de uma vida razoável e ele era íntimo da família de Augusto, e supõe-se que ocorreu alguma ofensa grave entre a família de Augusto com a família de Ovídio do qual amargurou o poeta até os últimos dias de sua vida. Quando Ovídio completou 50 anos ele foi expulso de Roma, recebendo ordem de viver à margem do Mar Negro. Acostumado com uma vida sofisticada passou os últimos dez anos da sua vida torturado pelo sofrimento e angústia. A única coisa que ele fazia, como consolo, era escrever cartas para seus amigos e à esposa. ( "Os "Tristes" e as "Cartas" do Ponto") são exemplo de carta que falam da sua mágoa, mas eles não são tediosos e é claro que são lidos com prazer. As suas principais obras foram "Metamorfose" e os "Fastos", são poemas mitológicos. Um escritor moderno comenta sobre esses poemas:
"A rica mitologia da Grécia ofereceu a Ovídio, como ainda pode oferecer ao poeta, ao pintor e ao escritor, os materiais para sua arte. Com raro bom gosto, simplicidade e emoção, ele narrou as fabulosas tradições das idades primitivas e deu-lhes uma aparência de realidade que somente a mão de um mestre conseguiria. Suas descrições da natureza são vivas e verdadeiras; escolhe com cuidado o que é adequado; rejeita o superficial; e quando completa sua obra essa não apresenta nem insuficiência nem redundância. As "Metamorfoses" são lidas com prazer pelos jovens e relidas com maior prazer ainda pelos mais idosos. O poeta aventurou-se a prever que seu poema lhe sobreviveria e seria lido enquanto o nome Roma fosse conhecido."
Últimos verso de "Metamorfose":

Assim eis terminada a minha obra
Que destruir não poderão jamais
A cólera de Jove, o ferro, o fogo
E a passagem do tempo. Quando o dia
Em que pereça a minha vida incerta
Chegar, o que em mim há de melhor
Não há de perecer. Subindo aos astros
Meu nome por si mesmo viverá.
Em toda a parte onde o poder de Roma
Se estende sobre as terras submissas,
Os homens me levarão, e minha fama
Há de viver, por séculos e séculos,
Se valem dos poestas os presságios.

27 de novembro de 2007

Histórias Mitológicas


Fiz esse blog para contar um pouco das coisas que mais gosto de ler, ou seja, mitologia. Convido todos para viajar, juntamente comigo, nesse mundo cheio de lendas e mistérios. Antes de começar a contar algumas histórias mitológicas é preciso primeiramente nos perguntar: "Essas mitologias têm algum fundamento na verdade, ou são apenas sonhos da imaginação? De onde vieram essas lendas?" Os filósofos têm dado suas opiniões sobre o assunto e compara a mitologia com várias teorias:

1. Teoria Bíblica- Por essa teoria, todas as lendas mitológicas têm sua origem nas narrativas das Escrituras, embora muito dos fatos tenham sido distorcidos e alterados. Assim, Deucalião é apena outro nome de Noé, Hércules de Sansão e etc. "O dragão que guarda os pomos de ouro era a serpente que enganou Eva." Existem muitas coincidências curiosas como estas, mas essa teoria muitas vezes não explica a maior parte das lendas, algumas tem lógica e algum fundamento.

2. Teoria Histórica - De acordo com essa teoria, todos os personagens da mitologia foram seres humanos reais e as lendas, é claro que teve acréscimos de embelezamentos. "Assim, a história de Éolo, rei e deus dos ventos, teria surgido do fato de Éolo ser o governante de alguma ilha do Mar Tirreno, onde reinou com justiça e piedade e ensinou aos nativos o uso da navegação a vela e como predizer, pelos sinais atmosféricos, as mudanças do tempo e dos ventos. Cadmo, que, segundo a lenda, semeou a terra com dentes de dragão, dos quais nasceu uma safra de homens armados, foi, na realidade um emigrante vindo da Fenícia, que levou à Grécia o conhecimento das letras do alfabeto, ensinando-o aos naturais daquele país." Apartir de tais conhecimentos nasceu a civilização, os poetas sempre se mostravam inclinados para o estado primitivo do homem que na época era chamada de Idade do Ouro, ou seja, era a idade de inocência e simplicidade.

3. Teoria Alegórica- Nessa teoria todos os mitos da epóca eram alegóricos e simbólicos, dando sempre uma lição de moral, religiosa e filosófica, ou algum fato histórico, sob a forma de alegoria, mas com o passar do tempo o entendimento ficou como literário. "Assim Saturno que devorava os próprios filhos, é a mesma divindade que os gregos chamavam de Cronos (Tempo), que, pode-se dizer, na verdade destrói tudo que ele próprio cria. A história de Io é interpretada de maneira semelhante. Io é a lua e Argos, o céu estrelado, que se mantém desperto para velar por ela."

4. Teoria Física- Através dessa teoria, os elementos que serviram como adoração religosa foram: ar, fogo e água. Os principais deuses tinham personalidades poderosas como a força da natureza. "Foi fácil a transição da personificação dos elementos para a idéia de seres sobrenaturais dirigindo e governando os diferentes objetos da natureza. Os gregos, cuja imaginação era muito viva, povoaram toda natureza de seres invisíveis, e supuseram que todos os objetos, desde o sol e o mar até a menos fonte ou riacho, estavam entregues aos cuidados de alguma divindade particular."

P.S: Todas essas pesquisas estão sendo retiradas do livro de Thomas Bulfinch O livro de Ouro da Mitologia - Histórias de Deuses e Heróis