Andarilhos virtuais...

26 de maio de 2008

Aurora musical


Os deuses imortais
cantam alegremente.
Pássaros exaltam os sons
dos acordes celestiais.

Diversos seres
dançam suavemente
E todo universo se envolve
com o ritmo das notas musicais.

Larissa Araújo

Antes de mergulharmos na história mitológica da música, é importante ressaltar que vários pensadores gregos, como Pitágoras, construíram teorias mais convincentes do que qualquer outro povo da Antiguidade.
No século VI a.C, o grego Pitágoras imaginava que a música e a Matemática fornecia a chave mágica que poderia abrir o cadeado secreto do mundo.
Sua teoria era que diversos planetas e até mesmo o universo cantavam. Porém, cada um com tons harmônicos diferentes.
Pitágoras criou o monocórdio (corda única) para determinar, através da matemática, as relações dos sons.
No entanto, para a mitologia, a história da música começou com a morte dos Titãs. Ou seja, após a vitória dos deuses do Olimpo sobre Saturno, Oceano, Hipérion, Iapeto, Ofíon, Têmis, Mnemósine, Eurínome e Réia foi sugerido a Zeus que criasse deuses capazes de cantar divinamente a glória dos Olímpicos.
Então, Zeus apoderou-se da bela Mnemósine, deusa da memória, e teve com ela nove filhas. Nasceram, no devido tempo, as nove musas: Calíope (musa da poesia épica), Clio (da história), Euterpe (da poesia lírica), Melpômene (da tragédia), Tersícore (da dança e do canto), Érato (da poesia erótica), Polínia (da poesia sacro), Urânia (da astronomia) e Talio (da comédia).
As nove musas alegravam os festejos do Monte Parnaso, na Fócida, e cantavam com Apolo - deus da música.
Entretanto, existem vários deuses que também fazem parte da história da música como Museo, filho de Eumolpo, a lenda diz que quando o deus tocava ele consegui curar doenças. Outro músico de destaque é o deus Orfeu, filho da musa Calíope e Apolo, além de músico era cantor e poeta. Por fim, Anfíon era um magnífico poeta e músico - filho de Zeus e de Antíope - o deus construiu os muros de Tebas e, segundo as fábulas, quando as pedras ouviam o som da lira se moviam sozinhas.

25 de maio de 2008

O código de Hamurabi


Fonte
www.nonaarte.com.br


Saiba mais:

Quando em 2025 a.C. os amorreus invadiram a Mesopotâmia, fizeram de Babilônia a capital do reino. As obras de arte revelam que os amorreus eram fisicamente diferentes de seus antecessores. No período amorrita, armazenaram-se mitos antigos, velhas epopéias, textos medicinais e escritos astrológicos. Graças aos escribas, o mundo tem conhecimento de dicionários e legislação da­quele glorioso período.

Evidente personagem da Antigüidade, Hamu­rabi (Khamu-Rabi – sécs. XVIII e XVII a.C.), sexto rei da I Dinastia Babilônica, reinou de 1728 a 1686 a.C., aproximadamente, caracterizando-se como verdadeiro criador do Império Babilônico, guerreiro, político e legislador. No início do séc. XVII a.C., o rei Hamurabi enfrentou uma coalizão de helanitas, assírios e outros, quando ocupou a região ao longo do Tigre até a Assíria, apoderou-se de Sarsa e de Mari, conseguindo a unificação da Babilônia Meridional.

Com ele, a Babilônia tornou-se herdeira de toda civilização sumério-acádia. Resgatou-a, respeitando seu enraiza­mento, expandiu-a, deixando nela suas marcas, e fazendo da Babilônia uma grande metrópole espiritual. Fundiu a religião dos semitas e sumérios, sobrepondo as figuras divinas afins. Restaurou os mais importantes templos do país e no palácio real de Mari, por ele terminado, encontrou-se, recentemente, 20 mil tábuas de argila com escrita cuneiforme.

A Hamurabi cabe a coleção de legislação mais antiga que se conhece, monumento jurídico da Antigüidade Oriental, universalmente nomeada como o Código de Hamurabi. Encontrado nas ruínas da acrópole de Su­sa, em 1901, e proveniente do templo do sol, de Ebbara, em Sip­par, o monumento com seu código possui 46 colunas e 3.600 linhas, gravado em uma estrela cilín­drica de basalto negro, onde ele é representado adorando Shamash, o deus Sol, de quem recebe o espírito de eqüidade e justiça, em ato de sub­missão e atenção. Shamash tem em sua mão esquerda um pequeno cetro e um círculo, símbolo do ciclo dos tempos regulado pelo sol e acima dele se desprende dois feixes de luz.

O Código de Hamurabi prescrevia pena idêntica à ofensa praticada, Lei de Talião, numa concepção jurídica inflexível, que lembra a do Antigo Testamento e que se revela como testemunho de sua preocupação pela vida e bem-estar de seus súditos, garantindo a todo homem igual direito à justiça. Abrangiam toda atividade profissional com honorários e punições regidos por lei, como também a conduta de uma pessoa para com a outra, quando especifica que “se um homem destrói os olhos de outro, seu olho deve ser destruído”.
A prática médica recebe 10 pequenas disposições com valores de pagamento e punições por imperícia. Nelas, Hamurabi coloca sua preocupação em harmonizar os costumes, gerando para cada classe social diferentes comprometimentos, “10 moedas de prata para remoção de tumor com faca e curar seus olhos, 5 se for filho de plebeu e, se escravo, o dono pagará 2 moedas”. Com relação às punições, “sua mão deverá ser cortada se o paciente morrer ou ter seus olhos destruídos na remoção de tumor com faca”, ou “se o médico, tratando o escravo de um plebeu com uma faca por um severo ferimento, lhe causar a morte, deverá pagar escravo por escravo.”

A medicina babilônica justapõe os primeiros elementos de uma interpretação científica das doenças aos pro­ce­dimentos mágico-religiosos. Sob o conhecimento empírico ba­bi­­lô­­ni­co, pela primeira vez, começa-se a relevar os sintomas das doen­ças. Porém continuava a prática de conjuração dos demônios, paralelamente à sistematização astronômico-astrológica da medicina. Seus conceitos de astrologia foram usados na medicina greco-romana, arábica e no período medieval. A profissão médica, como a entendemos, não existia e só começará a aparecer no Antigo Egito.

Fonte: Berta Ricardo de Mazzieri é museóloga do Museu Histórico da Faculdade de Medicina da USP.
http://www.cremesp.org.br/revistasermedico/sermedico010203_2002/historia_medicina.htm

18 de maio de 2008

O Nome da Rosa

Para quem leu "Sonho Lendário II" vai lembrar da citação que fiz do livro "O Nome da Rosa", de Umberco Eco.
Para descontrair, segue abaixo a tirinha:


Fonte
www.nonaarte.com.br

15 de maio de 2008

11 de maio de 2008

A doença de Josef Fritzl



Tela: Salvador Dali

O mito de Narciso é conhecido universalmente. De acordo com a lenda, o deus nasceu com uma beleza inigualável e, por causa de uma maldição, apaixonou-se pelo seu próprio reflexo. No entanto, diversas pessoas não vêem ou não percebem que o mito de Narciso ainda está vivo e presente em cada um de nós.
Narciso vem do grego Narkissos, que significa entorpecimento ou torpor, do qual originou a palavra narcótico (entorpecente). O termo Narciso é freqüentemente usado como pejorativo para designar vaidade ou egoísmo. Quando se refere a um grupo social, o conceito narcisismo ou narcisista aparece para se referir a comunidades elitistas, etnocentristas ou que se julgam superiores.
Porém, todos nós estamos procurando constantemente pelo nosso reflexo. Isso inclui a admiração, o reconhecimento pelo que somos e o progresso que construímos. Entretanto, quando esse auto-amor é exagerado, a compaixão pelo outro desaparece.
Narciso ficou louco e morreu. Isso porque seus olhos ficaram presos na sua imagem refletida nas águas e, ao se recusar comer, Narciso se suicidou.
Tal descoberta fez com que vários psiquiatras, psicanalistas e psicólogos utilizassem essas características patológicas de Narciso para designar outros transtornos. Surgindo, então, a Síndrome do Narcisismo Maligno ou Personalidade Perversa.
A estrutura narcisística do psicopata se encaixa perfeitamente com o comportamento do austríaco Josef Fritzl – acusado de prender a filha Elizabeth, durante 24 anos, num porão. Segundo o criminologista e psicólogo Thomas Muller, Fritzl apresenta sintomas típicos de “narcisismo maligno”.
Sem dúvidas, Fritzl foi cruel. E, através de sua eloqüente inteligência, mentiu para o mundo todo sobre o desaparecimento de Elizabeth. Sua criatividade era interminável e a gravidade da situação também. Creio que, para Fritzl, tudo está perdido, pois indivíduos que apresentam essa personalidade não sentem nenhum tipo de culpa, vergonha e arrependimento. Ao contrário, manipulam pessoas com recursos enganosos, procuram excessivamente elogios por parte dos outros e, o principal, os laços de amor entre familiares não existem nesses psicopatas.
Infelizmente, os sintomas de Narciso sempre viverão dentro de cada pessoa. Claro que esse sentimento é ruim, pois através dele que surge o preconceito e o racismo. Quando seguimos apenas nossos reflexos, assim como no mito, nos suicidamos em guerras e excluímos o outro por ser diferente.
Talvez exista alguma esperança, pois a lenda de Narciso dizia que ele era descendente das águas e esta simbologia significa fecundidade e renascimento. Quem sabe, após tal reflexão, possamos renascer para o progresso de um mundo melhor e termos a sabedoria de identificar no outro a importância do seu valor como ser humano.