Andarilhos virtuais...

20 de julho de 2008

Trágico romance



Tela: Sir John William Waterhouse

O sussurro apaixonado
era ouvido e falado
por dois amantes
enamorados.

Cegos por esse sentimento
Se lamentavam a todo momento
do desejo proibido
que logo fariam julgamento.

Em vez de escolherem
a aurora vital,
optaram pelo crepúsculo
mortal.

Larissa Araújo

O romance dá início quando o outro passa a lhe pertencer inteiramente. Desde então, começamos por enganarmos a nós mesmos e, conseqüentemente, enganamos as pessoas mais próximas. Coisas que eram relativamente simples ganham novas inspirações. Até os sons longínquos dos ventos são capazes de nos comover.
A história de amor nasce quando dois corações batem em um só. As almas apaixonadas se embelezam de tanto afeto. No entanto, por trás de tudo aquilo que é encantador e mágico encontra-se sempre a odiosa tragédia.
A partir de tal revelação, dois jovens chamados de Píramo e Tisbe provam um amor jamais visto. Píramo era o mais belo rapaz e possuía um tímido sorriso – que brincava prazerosamente em seus lábios. Tisbe era a donzela mais linda de toda a Babilônia. Ambos sabiam que um dia a juventude iria desaparecer e com ela a sua beleza. Porém, nada disso aconteceu. O que houve, na verdade, foi à morte prematura.
Cada dia que passava era o mais próximo do terrível drama. Entretanto, eles não desistiam dos preciosos minutos que estavam juntos. Seus pais eram vizinhos e não aceitavam o namoro dos dois. Eles se comunicavam através de sinais ou trocavam olhares furtivos. Ninguém poderia saber desse romance e, por isso, ele se tornava mais intenso. Depois de alguns dias eles descobriram uma brecha na parede que separavam as duas casas. Essa pequena fenda permitia a passagem de suas vozes. Imagine só, quantas juras de amor passaram por essa fenda?
Quando a noite aproximava, os dois amantes apertavam bem forte os lábios contra a parede e, num suspiro, diziam adeus. Assim, era o agonizante amor de Píramo e Tisbe. Porém, eles decidiram se encontrar escondido no meio da noite. Tisbe cobriu a cabeça com um véu e fugiu cautelosamente de seus familiares. Chegando próximo do lugar combinado a ninfa avistou uma leoa e se escondeu atrás de uma gruta. Depois que o felino foi embora a donzela se dirigiu para o bosque e, por descuido, deixou o véu cair.
Atrasado, Píramo chega ao local e vê o véu de sua amada todo ensangüentado. Ele concluiu que Tisbe fora devorada por alguma fera. No auge do desespero, o jovem desembainhou sua espada e desferiu o próprio peito. Tisbe retorna ao local e, quando vê seu amado morto, resolve morrer junto com ele.

13 de julho de 2008

Irmãos siameses: Astros e a mitologia


Os personagens mitológicos não ocupam um lugar estático em nossa herança cultural. Pelo contrário, essas figuras possuem ferramentas poderosas para o conhecimento filosófico, cultural e até mesmo para nossas ânsias mais ocultas.
A mitologia teve tanta influência no mundo que até planetas como Mercúrio, Plutão, Vênus, Marte e dentre outros, receberam nomes de divindades gregas. Por isso que os areógrafos – estudiosos que pesquisam aspectos físicos dos planetas – usaram características externas das figuras mitológicas como inspiração.
Um exemplo é o planeta Marte. Ou seja, esse astro surpreendeu os povos primitivos devido a sua coloração avermelhada. Porém, na mitologia, Marte ou Ares (do grego Aro, matar) representa uma divindade guerreira, cujo símbolo é a união da lança e o escudo. Essa coloração avermelhada do planeta é produzida pelas enormes extensões de solo árido – desertos – que existem em sua superfície (MOURÃO, 1935).
Outra figura mitológica que inspirou os astrônomos foi à deusa Vênus ou Afrodite. Ela simboliza a beleza e o amor. De acordo com os mitos gregos, essa divindade nasceu das espumas do mar e sua representação, para as mentes primitivas, era um círculo e um traço reto. Porém, na Idade Média, o logotipo da deusa passou a ser designado por esse símbolo , que se assemelha a um espelho – instrumento típico utilizado por mulheres vaidosas.
Para os astrônomos, o planeta Vênus é o mais belo de todos os astros. Pois ele é muito luminoso e brilhante no céu, depois, é claro, do Sol e da Lua.
Em certas épocas do ano, Vênus começa a aparecer pela manhã. A partir de tal aparição, o astro é denominado pelo nome de Estrela Matutina ou Estrela D’Alva.
Ao observarmos esse planeta, notamos que Vênus se parece com uma meia-lua ou lua crescente. Segundo ao autor Ronaldo R. de Freitas Mourão, em seu livro de Ouro do Universo, “Vênus é o segundo planeta a partir do Sol, colocado entre Mercúrio e a Terra. Sua órbita é, portanto, inferior à do nosso planeta. Quando Vênus se coloca entre o Sol e a Terra, ela desponta com uma Lua em fase crescente. Mas, ao contrário, quando está do outro lado do sol, parece um pequeno disco muito iluminado ”.
Os principais obstáculos para os trabalhos astronômicos em investigar esse planeta são os excessos de nuvens em sua superfície e a grande proximidade que Vênus tem em relação ao Sol.
A pressão atmosférica desse planeta é totalmente desconhecida. No entanto, mesmo com todas essas dificuldades, os cientistas se interessam, cada vez mais, por esse fascinante planeta.