Andarilhos virtuais...

14 de novembro de 2011

PRISÃO


O rugido sombrio se ouve aqui,
Os gritos de almas impuras e perversas.
O som terrível e rouco se ouve aqui,
É tão alto que retumba no altar de Plutão.
Um monstro esta preso aqui, neste leito podre,
e logo se torna presa de um outro monstro
que um terceiro também quer devorar.
Lágrimas de sangue escorrem pelo chão.
No ar, cheiro de vingança e traição.
Aqui, enquanto um agoniza o outro conspira.


17 de agosto de 2010

Despertar de Aurora


Em passos tímidos, luminosos e refrescantes nasce Aurora.

Responsável em expulsar as estrelas e a escuridão,

a deusa matinal recria-se sempre ao amanhecer

e anuncia aos céus a chegada do

Sol de uma nova manhã.



Aurora espalha o orvalho pela vegetação

e desperta o sono das criaturas

com as primeiras luzes que

conduzirão os labores humanos.



Em mais um dia de luta,

a mulher encantadora provoca admiração

dos que a vêem - devido sua pele ser envolta

em brumas púrpuras

e ter a capacidade de morrer e ressussitar

por meio de mistérios luminescentes.


28 de abril de 2010

Vida de Circe

O vento sopra forte,

urrando em meio a escuridão.

A noite envolve o solo

como uma coberta protetora.


No devaneio de meus pensamentos,

recordo-me de seus olhos semicerrados e

sonhadores.


Me alimento nesse momento

de lótus.

E depois de ingeri-lo,

esqueço inteiramente da minha própria

terra.


Quero apenas viver no mundo

oferecido por você.

Contemplo a sinuosidade

de sua música.

Que, vagarosa, invade

meu coração em

uma melancolia

doce e

complacente.


No entanto, o amor perde

a plenitude

quando surge

 o Ciclope.

Com pés enormemente

desalinhados,

o monstro massacra

tudo que ver

 pela frente.

Ao me ver, Ciclope

tenta me trucidar.

Mas meu desejo de matá-lo

é muito mais forte,

não temendo a própria

morte,

livro-me desse ser miserável

com uma atitude

abominável.


Magias são elaboras.

E, com poções mágicas,

o gigante se vai,

desaparecendo


em cinzas em

pó.


19 de abril de 2010

POLÍTICA

A palavra ‘política’ nasce do grego antigo πολιτεία (politeía) e adquire na modernidade significado para as atividades político-partidárias, fazendo com que grupos fiquem no poder, ou para ações dos governos, a expressão, neste caso, é mais voltada para o sentido da prática de políticas públicas. Essas duas vertentes de definição se separam: um diz respeito às atividades de conquista do poder; o outro trata da ação voltada ao bem social. No nosso cotidiano atual é possível observar com regularidade o convívio dessas duas formas de conduta humana.
Na Grécia antiga, os procedimentos relativos à pólis, termo que significava cidade-estado, se concentravam na prática social do debate a cerca de temas comuns como a aplicação de recursos ou o julgamento de criminosos. Em uma narrativa mitológica, no final de Oréstia, de autoria de Ésquilo (525 a. – 456 a.C), a deusa Atena diz que os cidadãos de Atenas devem prestar atenção nas leis para realizar o julgamento de um homicídio. No rochedo Areópago, a deusa dizia que todos mantenham a pureza das leis e a forma de governo por eles escolhida, combatendo a anarquia e a violência.

Confira o texto completo no meu outro blog: http://www.legadointelectual.blogspot.com/


5 de março de 2010

21 de fevereiro de 2010

Frase

Olá, queridos mortais. Nesse exato momento estou conversando com o Diego Ribeiro pelo msn e ele, como quem não quer nada, disse uma frase inteligentíssima sobre gregos e romanos. Bom, aí vai: "Gregos endeusavam os humanos e os romanos humanizavam os deuses".

Gostaram? Eu adorei!

Ps.: Ele me disse que não sabe de quem é essa frase. Se alguém souber quem é o autor, por favor, me avise!


9 de fevereiro de 2010

Fauno

Filho de Pico e da ninfa Canente. Fauno era querido aos habitantes do Lácio por seu valor e profunda sabedoria. Ele se tornou protetor da agricultura e, depois de sua morte, pessoas o associaram como um deus campestre e, como forma de homenagem, fizeram para o deus templos e altares. É representado como Pã, com pernas e pés de cabrito, a cabeça armada de chifres, nariz achatado e barba em desordem.

Fonte: Dicionário Básico de MITOLOGIA (Grécia - Roma - Egito). Autor: Luiz A. P. Victoria


26 de janeiro de 2010

GUERRA DAS ARANHAS



Sumi novamente. Desculpe. Bom, tenho uma explicação. Durante esse tempo desaparecida estive observando algumas aranhas. Não pense que sou estranha ou louca, mas eu realmente fiquei intrigada com a classe dos aracnídeos. Há mais ou menos dois meses, quando eu tomava meu banho tranquilamente, uma criatura com quatro pares de pernas, sem asas e antenas com corpo dividido em duas partes, parecendo dois feijões negros e na superfície ventral do abdômen existia uma bolota vermelha, lançou sua teia, que mais parecia uma seda de tão brilhante, e deslizou até a outra ponta da parede onde eu me encontrava. Meus olhos dançavam, acompanhando aquele animal invertebrado. E o que isso tem demais? Se para você é normal, para mim, não.
Ela era repugnante e, ao me encarar, com seus oito olhos, pude notar que a aranha não queria me agredir, mas continuar escorregando naquele fio transparente e firme. Até aí tudo bem. Terminei meu banho, troquei de roupa, me preparei para dormir quando, de repente, veio a ‘neura’. Pensei: E se aquela coisa peçonhenta resolver deslizar sobre minha pele à noite? Credo. Voltei correndo para o banheiro, armada com uma faca de mesa e... cadê a bicha? Ela havia desaparecido. Fechei a porta do meu quarto, coloquei um tapete tapando o buraco da porta, guardei todos os sapatos em suas caixas e tentei ficar tranqüila. Dormi. Acordei. Cochilei. As horas passavam e nada de eu pegar no sono.
Existe apenas uma coisa que me acalma nesses momentos: ler mitologia. E foi isso que fiz. Ao abrir o livro, mergulhei na história de Minerva, deusa da sabedoria, filha de Júpiter. Conta-se a lenda que Minerva saiu da cabeça do deus pronta para algum combate, pois estava revestida de armadura completa. Muito vaidosa, a deusa não aceitava que nenhum ser competisse com seus dons imortais. No entanto, uma garota se atreveu a fazer de Minerva sua adversária na arte de tecer e bordar. O material era de tamanha perfeição que a mortal transformava a lã bruta em macios cobertores, se assemelhando a nuvens.
A deusa não pôde conter o ódio e ordenou que a mesma parasse com aquela rixa. Fingindo não ouvir, a donzela continuou tecendo com habilidade. Minerva enlouqueceu e, bem do lado da mortal, colocou o fio no tear. Começou a bordar também um tecido. Porém, a mortal, cujo nome era Aracne, insultou a deusa com um bordado mostrando os principais erros dos deuses. Minerva admirou a arte, mas detestou a afronta. Segurou bem forte a cabeça da Aracne e fez com que a mesma se sentisse culpada e envergonhada por essa competição. A virgem não suportou a pressão e enforcou-se. Minerva, arrependida, desejou que Aracne voltasse a viver. Molhou-a com suco de acônito – planta venenosa utilizada na antiguidade para ungir as pontas das flechas antes de ir à caça – e rapidamente seus cabelos caíram, da mesma forma desapareceram os olhos e as orelhas. Seu corpo ficou pequeno como feijão e tão negro como piche, os dedos grudaram, transformando-se em patas, e sua cabeça encolheu. Tudo foi mudado, menos o seu dom de tecer. Pendurada com uma corda em volta do pescoço, Aracne morreu e ressucitou. Por ordem da deusa, Aracne deve permanecer para sempre a tecer seu fio suspensa nessa posição.
Por fim, o paradeiro da aranha no banheiro da minha casa ainda é um mistério. Ela poderia ser a Aracne que desfilava diante dos meus olhos com o seu dom eternizado pela deusa Minerva.



12 de novembro de 2009

10 de outubro de 2009

O encanto da imperfeição


Imagem: antigo tapete Persa

Será que a imperfeição é mesmo encantadora? Essa é uma pergunta que, para o vocabulário dos perfeccionistas, não existe. Isso porque, para eles, a verdadeira magia é buscar incessantemente o acerto e a perfeição. Quando essa meta não é atingida, a pessoa se sente frustrada. Entretanto, o que equilibra os indivíduos em situações de igualdade são as falhas.
A história da imperfeição recorda a lenda do tapete Persa. A elaboração desses tapetes é conhecida pelo seu acabamento artístico quase perfeito. Por volta de 539 a.C, os persas partiram em guerra para conquistar novas terras. Antes de irem para a batalha, o exército pediu proteção divina ao deus Zam, guardião daquele território.
Certa noite, uma mulher que confeccionava tapetes adormeceu e, durante o sono, ela teve visões. Em seus sonhos ela imaginou a vitória dos persas sobre os babilônios. Por meio dessa visão, a mulher reproduziu toda cena de glória do seu povo no tapete.
A peça era deslumbrante, cada detalhe revelava minuciosamente como os persas venceriam a luta. A confecção do tapete ficou tão perfeita que o deus Zam se enfureceu por acreditar que o povo não confiava mais em seu poder e exterminou grande parte do exército persa. O tapete precisou ser queimado em oferenda ao deus Zam, para que sua ira não permanecesse. A partir de então, todos os tapetes persas são confeccionados com uma pequena falha em seus quatro lados.
Deixo aqui minha opinião: o legal não é ser bom em tudo. Um dia você ajuda, outro dia você é ajudado. Um dia você ensina, outro dia você aprende com os próprios erros. É verdade que a maioria das pessoas busca sempre acertar. Não errar promove nosso reconhecimento e aceitação perante a sociedade. Ainda bem que contos de fadas não existem, pois, aqui no mundo real, qualquer pessoa está sujeita a tropeçar no próprio pé. É impossível que a roda da vida gire sempre do lado certo e tudo saia conforme o planejado. Obstáculos aparecem em nossos caminhos para serem superados, mas qualquer passo em falso é preciso recomeçar do zero. O encanto da imperfeição surge desde o dia em que nascemos, pois somos seres totalmente incompletos. Passamos a conhecer a vida através do aprendizado e esse processo é crônico e contínuo. Enfim, não admitir falhas e não errar é buscar o inatingível.