Andarilhos virtuais...

22 de abril de 2008

Sonho Lendário I

Sonhei com um palácio gigantesco. Ele ficava bem no topo do Monte Olimpo. Bati em uma porta de nuvem e várias deusas chamadas de Estações me desejaram boas vindas. Bem no centro do salão, sentado em seu trono, eu vi o rei Zeus. Ele acenava e convidou-me para participar do banquete. Naquele instante, eu era imortal e digna de poderes divinos.
A deusa Hebe, veio sorridente em minha direção e fez um gesto com a bandeja, que continha néctar. Talvez, por curiosidade ou sede, tomei toda a bebida. Sem dúvida, o líquido adocicado era de ótima qualidade. É claro que não deixei de experimentar todas as iguarias.
Os deuses me olhavam torto - devia ser por causa da minha roupa, pois eu estava usando uma calça jeans, a blusa era um pouco decotada e a sandália rosa pink. Percebi que a deusa Minerva me observava e logo fez um gesto com as mãos. Já sabia que ela queria conversar, então, levantei e fui saltitante ao seu encontro.
No entanto, não gostei da crítica que ela fez da minha roupa. Mas, de imediato, compreendi que a deusa estilista confeccionava túnicas e diversas peças dos vestuários de quase todas as deusas.
Deixei ela à vontade e, em questão de segundos, eu estava com uma roupa de seda novinha. Minerva ainda questionava sobre meu modelito, dizendo que o pano do vestido que eu usava era verde com detalhes dourados. Logo essas cores não combinavam com a minha sandália rosa pink. Pensei que ficaria descalça, mas ela me apresentou o Vulcano (Hefesto). O deus aparentava seriedade e era conhecido pelas seguintes profissões: arquiteto, ferreiro, armeiro, construtor de carros, artista de todas as obras do Olimpo e, o principal, ele fazia sandálias de ouro.
As sandálias eram mágicas, ou seja, os imortais poderiam caminhar tranquilamente sobre a água ou ar e se mover de um lado para o outro, com a velocidade do vento ou a força do inconsciente.
Achei estranho caminhar com aquelas sandálias. A Minerva batia palmas de tanta alegria e admiração. Eu me achei feia, mas, por enquanto, deveria me adequar àquela cultura. Voltei para o salão e ouvi a triste história do Rei.
Zeus, pai dos deuses e dos homens, possuía uma expressão serena que brilhava como um poder cósmico. Porém, ele teve uma vida difícil. Seu pai, Saturno (Cronos), e sua mãe, Réia (Ops), pertenciam à raça dos Titãs e surgiram do caos. Saturno era um monstro que devorava os próprios filhos. No entanto, Zeus foi o único que fugiu desse destino.
Já crescido, procurou a deusa Métis (Prudência), cujo poderes medicinais fizeram Saturno vomitar os irmãos de Zeus.
Um sorriso enigmático brotou no canto da boca do Rei. Percebi que ele me olhava esquisito. Bom, eu já tinha lido sobre a sua fama de sedutor e conhecia também a ira e o ciúme possessivo de Hera (Juno). Ainda bem que a deusa não percebeu aquela troca de olhares furtivos...


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