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17 de fevereiro de 2008

Celebridades da filosofia

O auge dos filósofos gregos ocorreu aproximadamente em 440 a.C. Naquela época, eles eram tratados como celebridades. Várias cidades gregas proibiam comentários filosóficos. Isso porque achavam as discussões bobas e sem fundamentos.
Só em Atenas que os intelectuais eram bem tratados e aclamados. No entanto, a inteligência das “estrelas” e os argumentos lógicos e convincentes viraram um verdadeiro modismo na cidade e os estadistas começaram a ficar preocupados com o fim da moral do Estado. Por volta de 434 a.C, o medo dos poderes sobrenaturais, misticismo e superstições foi diminuindo aos poucos. Em Atenas, os gênios da filosofia contribuíram para esse processo de libertação. Isto é, o temor aos deuses ou os objetos de adorações religiosas como ar, fogo e água foram desaparecendo. Isso se deu através dos ensinamentos da literatura, ciência, filosofia e política. Muitos professores cobravam preços altíssimos e diversos alunos desacreditavam nos deuses e até mesmo perdiam a fé religiosa. Quando chegavam a tal ponto os educadores eram acusados de sofismo venal. Ou seja, vendiam sabedoria falsa ou argumentavam com falso raciocínio induzindo ou persuadindo as pessoas ao erro. Naquele período, Protágoras causou grande alvoroço ao dizer: “O homem é a medida de todas as coisas”. E surpreendeu a todos quando duvidou da existência dos deuses. Mas é claro que os atenienses não deixaram essas ideologias passarem batidas - de imediato queimaram todos seus livros e exemplares. Como se não bastasse, mandaram Protágoras embora de Atenas.
Os intelectuais conquistaram amor e ódio de muitos atenienses. Observando todos esses conflitos filosóficos, já imaginamos como foi difícil e triste a carreira e o destino de Sócrates. Ele era uma celebridade grega e provocou a ira de Anito, líder do partido democrático de Atenas. O motivo, provavelmente, foi o modo irritante de fazer questionamentos. Além de ser uma má influência moral para os jovens e a democracia. Então, com sede de vingança, Anito achou conveniente que o filósofo deixasse Atenas ou morresse. Sócrates foi condenado a morte. Mas preferiu o suicídio tomando cicuta.
Em 399 a.C, Platão, aos 28 anos, foi um dos mais importantes seguidores do gênio suicida. Apoiou e deu continuidade às idéias e aversões do mestre pela democracia. Com certeza as obras e livros de Sócrates também foram queimados. Mas o fiél discípulo, Platão, prosseguiu com os ensinamentos do intelectual e descreveu um Sócrates a partir da sua imaginação - como se o mestre ainda estivesse vivo.
Platão sentia-se revoltado com comportamento dos políticos democratas, pois eles sempre davam razão e atendiam aos pedidos da plebe. Isto é: a plebe eram homens livres que se dedicavam ao comércio, artesanato e trabalho agrícola. Constituíam a maior parte da população grega. Segundo Platão, toda essa liberdade provocou consequências e espalhou vulgaridade nos costumes tradicionais, na moral da civilização e artes. Os padrões de conduta e gostos viraram um caos. Ou melhor dizendo: um verdadeiro "deus nos acuda".
Nos seu famoso livro A República, Platão ainda acreditava no comunismo, mas logo viu que não seria possível aplicá-lo na sociedade, pois os seres humanos, por natureza, são egoístas, interesseiros, e ocasionalmente assassinos.
Já velho, Platão fez sua última obra As Leis. Trata-se de assuntos diversos como eleições, direitos e oportunidades iguais para as mulheres. Bebidas e diversões deveriam ser regularizadas para manter a moral do povo. O Estado determinaria quais deuses deveriam ser venerados e como. Devido as novas leis a filosofia estava pronta para uma nova religião e a Grécia para um novo rei.
Platão criou a Academia e Aristóteles, o Liceu. Ele optou pelo mais belo Ginásio de Atenas, um conjunto de construções erguidas para homenagear Apolo Liceu (deus dos Pastores) cheio de flores, bosques e alamedas cobertas.
Aristóteles foi aluno de Platão e se inscreveu na sua Academia, cujo portão principal havia uma mensagem:"Que ninguém entra aqui sem a geometria". O maior interesse de Aristóteles era fazer pesquisas científicas. Uma das suas obras principais, que quase alcançou a teoria da evolução, foi Sobre a História dos Animais. No seu Tratado Sobre a Alma o intelectual definiu a alma ou psiquê como "os poderes de nutrição, crescimento e decadência de um organismo".
Por fim, Aristóteles agradou várias pessoas com suas idéias claras e brilhantes sobre o segredo da felicidade, a virtude da inteligência e a política como uma arte de compromisso entre as classe sociais. Ele foi ainda professor e mestre de Alexandre, o Grande.


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