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8 de dezembro de 2007

A estrutura do universo aceita pelos gregos

O autor do O Livro de Ouro da Mitologia, Thomas Bulfinch, nos remete uma importante reflexão sobre as idéias que os gregos tinham a respeito do universo. Segundo Thomas, "os gregos acreditavam que a Terra fosse chata e redonda, e que seu país ocupava o centro da Terra, sendo seu ponto central, por sua vez, o Monte Olimpo, residência do deuses, ou Delfos, tão famoso por seu oráculo.
O disco circular terrestre era atravessado de leste a oeste e dividido em duas partes iguais pelo Mar, como os gregos chamavam o Mediterrâneo e sua continuação, o Ponto Euxino, os únicos mares que conheciam.
Em torno da Terra corria o rio Oceano, cujo o curso era do sul para o norte na parte ocindental da Terra e em direção contrária do lado oriental. Seu curso firme e constante não era pertubado pelas mais violentas tempestades. Era dele o mar e todos os rios da Terra recebiam suas águas".
Os habitantentes da região Norte daquele país era de uma raça feliz, chamada hiperbóreos, que desfrutavam da primavera eterna e uma felicidade que não se acabava, por trás das gigantescas montanhas, cujas cavernas lançavam ventos muito fortes para o norte, que faziam tremer os habitantes da Hélade (Grécia). Aquele país era inacessível por terra ou por mar. Sua gente vivia livre da velhice, do trabalho e da guerra.
Existiam outros povos parecidos com os hiperbóreos que moravam na parte meridional da Terra, ele eram chamados de etíope. "Os deuses o favoreciam a tal ponto, que se dispunham, às vezes, a deixar os cimos do Olimpo, para compartilhar de seus sacrifícios e banquetes", diz o autor.
Já os habitantes da parte ocidental da Terra, banhada também pelo o Oceano, tinha um lugar abençoado, era os Campos Elídeos, onde os deuses levavam os mortais, sem provar a morte, a fim de gozar a imortalidade e da bem-aventurança. Essa região era também conhecida como os Campos Afortunados ou Ilha dos Abençoados.
"Como se vê, os gregos dos tempos primitivos pouca coisa sabiam a respeito dos outros povos, a não ser os que habitavam as regiões situadas a leste e ao sul de seu próprio país, ou perto do litoral do Mediterrâneo. Sua imaginação, enquanto isto, povoava a parte ocidental daquele mar de gigantes, monstros e feiticeiras, ao mesmo tempo em que colocava em torno do disco da Terra, que provavelmente consideravam como de extensão reduzida, nações que gozavam favores especiais dos deuses, que as beneficiavam com a aventura e a longevidade", esclarece o autor.
Os gregos acreditavam também que a Aurora, o Sol, a Lua e algumas estrelas, com exceção das que formavam as constelações das Ursas, levantavam-se no Oceano, em sua parte oriental, atravessavam o ar, dispondo de luz aos homens e aos deuses. O deus-sol ia abordo de uma num barco com asas, que o levava em torno da parte setentrional da Terra, até o lugar onde se levantava a nascente. Milton faz uma referência a esse fato em seu "Cosmus":

Eis que do dia o carro refulgente,
Com seu eixo de ouro, docemente,
Sulca as águas do oceano, sem desmaio,
Enquanto do inclinado sol o raio
Para o alto se volta, como seta
Visando, com firmeza, a outra meta
De sua moradia no nascente.


Um comentário:

JAIRCLOPES disse...

Esse "helenocentrismo" deles lembra o atual "antropocentrismo" em tudo gira em torno do execrável ser humano. Segundo esse centrismo que grassa em nossa civilização, nos somos os seres mais importantes da natureza, somos a criados a imagem e semelhança do criador, deixando todos os outros seres criados por esse mesmo Criador, abaixo de nós, em segundo plano. Será?