Andarilhos virtuais...

28 de junho de 2009

Chifrudos


Esses dias tive um pesadelo dos mais esquisito. Tenho quase certeza que foi por causa de um negócio que li. Era sobre os demônios 'Incubus e Sucubus'. A lenda conta que esses chifrudinhos passava a noite inteira atormentando homens e mulheres. Os dois nomes são de origem latina. Cada 'coisa ruim' tinha uma função: um atacava só homem e outro atacava só mulher. Ou seja, Incubus vem do verbo Incubare, que significa "deitar-se sobre" - esse 'come' (no bom sentido) apenas mulheres - e os Sububus do verbo Succubare, significa "deitar-se embaixo de" - esse bichinho era uma versão feminina que se 'deitava' apenas com homens.
O incubus provavelmente se originou na antiga prática de incubação. Isso quer dizer que pessoas, quando iam ao um templo de alguma divindade, geralmente estavam procurando repouso ou descanso. Só que tinha um detalhe: no decorrer da noite a pessoa acreditava que ela seria visitada por algum deus e, quase sempre, essa divindade faria sexo com ela. Algumas vezes o contato sexual acontecia em sonho ou alguém - que por sinal era idêntico a um humano, ou melhor dizendo era um humano mesmo - faria sexo com a pessoa, dizendo que era um 'representante' da divindade. No entanto, o cristianismo classificou esse ato como demoníaco, devido essas criaturas divinas serem pagãs. Esse pensamento foi corrente no século XV, pois os líderes religiosos, ligados a Inquisição, acreditavam que essa explicação (de que incubi e succubi era atividades demoníacas ligadas a bruxaria) pareciam ter mais lógica. "O Martelo das Bruxas" (ou Malleus Maleficarum) era a ferramenta utilizada pelos caçadores de bruxas, eles supunham que todas as bruxas se submetiam, voluntariamente, aos incubi. Esse pensamento permaneceu até o século XVII.

Observem esse trecho que peguei do Livro dos Vampiros, A Enciclopédia dos Mortos Vivos, de J. Gordon Melton.
Jones, psicólogo freudiano, e Jan L. Perkowsi já tratam esse mito de maneira bem diferente. Ambos veem essas figuras demoníacas como criaturas ligadas intimamente ao vampirismo. Mas o Jan Perkowsi diferencia o vampiro do fenômeno mora (eslavo).
Credo!

"Jones, um psicólogo freudiano, juntou o sucubus/inccubus e o vampiro como expressões de sentimentos sexuais reprimidos. O vampiro era visto como o mais intenso dos dois. Em virtude das semelhanças entre vampiros e os incubi/succubi, muitas das formas deste último aparecem freqüentemente nas listas de vampiros diferentes pelo mundo afora, como follets (francês), duendes (espanhol), alpes (alemão), e folletti (italiano). Intimamente ligado ao incubus estava o mare (teutônico antigo), mara (escandinavo) ou mora (eslavo), o espírito maligno de um pesadelo".

"Jan L. Perkowsi assinalou que as histórias do vampiro eslavo também incluíam elementos do que parecia ser o mora. Ele os considerou no cômputo de vampiros que tinham experimentado uma contaminação demoníaca. Distinguiu cuidadosamente o vampiro (um cadáver reavivado) e o mora (um espírito de forma esférica) e criticou vampirologistas como Montague Summers, Dudley Wright e Gabriel Ronay por confundir as duas coisas. Também criticou Jones pelo mesmo motivo. Conquanto conhecesse que o vampiro e o mora compartilhavam o mesmo tipo de vítima (alguém dormindo), o fenômeno do vampiro precisava ser diferenciado na medida em que estava centrado em um cadáver enquanto o fenômeno mora não tinha essa referência e estava centrado inteiramente na vítima que havia sobrevivido a um ataque de espíritos malignos".




Um comentário:

Thais Alves disse...

AAH , adorei a história. Na verdade já tinha ouvido fala nesses 'chifrudinhos' mais nem sabia a história :D'
Depois si puder da uma passadinha lah no meu blog
:*'